Velha escola Normal (*)
Velha Escola Normal! Inda estou bem lembrado
Dos dias que passei no velho casarão. . .
Velha Escola Normal! Relíquia de um passado!
Quanta luz tu me deste à mente e ao coração!
Com que enlevo eu vivi naquele lar sagrado,
Estudando e poetando, entre o verso e a lição,
Olhando o professor, sem ouvir, alheia do
Nos êxtases febris da ardente inspiração. ..
Jamais te esquecerei, minha Escola querida!
Mostraste-me bem cedo o caminho da vida,
Na luz de teu farol amigo e protetor!
Deixa-me hoje chorar, nesta grande saudade,
Velha Escola, porque é a minha mocidade,
O meu primeiro sonho, o meu primeiro amor!
Escrito cm homenagem ao seu Jubileu de Ouro,
por (*) NELSON W. PEREIRA
DIREÇÃO E AUXILIARES DA ADMINISTRAÇÃO
l - Cecília Corrêa de Souza
2 - Mário Geraldo Silva
3 - Próspero Grisi
4 - Arnaldo Duarte de Oliveira
5 - Oscarlina da Silva Nouer
6 - Arthur Del Nero Júnior
7 - Ana Nair Guidugli Elmôr
8 - Áurea Guiguer
9 - Lúcia Gonzaga Fusca
10 - IIka Sedeh Arruda
A PÁGINA DA SAUDADE
Homenagem do Prof. Sérgio Cólus a
saudosa Profa. D. Maria Aparecida Cabral Guimarães
Alguém não viveria as verdadeiras apoteoses com que seria reve-renciada nossa cinqüentenária Escola.
Junto aos lugares destinados aos professores do Instituto de Edu-cação "Pirassununga", nas conferências, nas sessões solenes ou de-demonstracões as mais diversas, um lugar sempre esteve vazio e que deveria ser ocupado por uma professora entusiasta pelas coisas do ensino e de sua escola; por uma jovem culta, que mui cedo viu extin-guirem-se suas forças de mestra cônscia de seus deveres.
Maria Aparecida Reck Cabral Guimarães, a catedrática de Espa-nhol do Instituto de Educação "Pirassununga", deixou-nos em pleno ano jubilar, não tendo a ventura de assistir a uma demonstração sequer em honra à casa de ensino que ela tanto estimava.
O luto nos surpreendeu em meio aos preparativos jubilares. As últimas homenagens foram prestadas à carinhosa mestra, num hiato das intensas atividades.
Era inacreditável e, humanamente falando, difícil de justificar a morte inexorável. Mas os desígnios de Deus são indecifráveis e, cur-vados sob a onipotência divina, repetimos com espírito cristão: "Fiat voluntas Dei".
Na pessoa de nossa mui estimada colega, Maria Aparecida, atra-vés desta página da saudade, rendemos a todos quantos militaram nesta amada e tradicional escola e tombaram em meio à luta, o nosso preito de gratidão, dominados pela profunda saudade que experimen-tamos com sua ausência, abrindo em torno de nós um vácuo impreenchível.
Não estais ausentes, mestres queridos. Viveis em nosso coração. As homenagens que vos prestamos, lá na necrópole municipal, de par com os soluços convulsivos do pranto, subindo aos céus com as pala-vras contritas das preces, de envolta com o fumo espiralado das velas e o aroma vaporoso das flores, foram uma demonstração eloqüente e sincera de que viveis ainda, através da vida rica de belas ações que nos deixastes como exemplo.
Não nos esquecemos de vós, nem do muito que aprendemos ao vosso lado; ao contrário, a cada passo nos recordamos de todos, e a todos temos presentes em nosso coração, onde as vossas imagens se projetam, focalizadas por essa luz perene e imorredoura, que se chama SAUDADE.
2 comentários:
Prof. Sérgio Colus...quanta cultura, um ser humano exemplar e uma redação perfeita...
Quanta generosidade e paciência durante todos os anos em que esteve a nos educar (é o têrmo mais adequado)e a nos mostrar toda a importância da norma culta de nossa lingua portuguesa.
Um cavalheiro na acepção da palavra.
Obrigado Mestre em nome de todos seus alunos.
A incontestável elegância dos Professores, todos exibindo impecáveis ternos se devia a extrema habilidade de seu alfaiate (Cassoli alfaiate) meu saudoso Pai.
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